The more you ignore me, the closer I get

Coincidência ou não, depois do meu último post fui ver "Is It Really So Strange?", em exibição no Indie, pensando tratar-se de um documentário sobre Morrissey e The Smiths. Mas afinal era sobre os fãs, particularmente os que vivem na zona de Los Angeles, onde grande parte dos quais são de origem sul-americana. Ao início fiquei desapontado mas depois foi interessante ver como as palavras de alguém podem preencher tanto as vidas de pessoas que se sentem desencaixadas do mundo que as rodeia e como isso as reconforta. “he always sounds sad and depressed and lonely…all the good stuff.”. Passa ainda pela adoração (os cortes de cabelo, as bandas de covers, as tatuagens, etc. etc. O próprio realizador faz uma poupa de forma a ser aceite na comunidade), pelo poder da negação (quando confrontados com suposta assexualidade de Morrisey e como ele a usa, ou ainda sobre questões raciais), até à desilusão (um fã, que trabalhava numa loja de discos, vê a imagem do seu ídolo desmoronar-se quando Morrissey, antes de sair da loja e saltar para o seu BMW descapotável, percorre a prateleira dos seus própios discos). A realidade dos emigrantes sul-americanos nos Estados Unidos não é certamente comparavel à nossa, mas muitas angústias e ansiedades são paralelas.