Stay Out Of Trouble

29 de Abril de 2006

Kings of Convenience, Aula Magna. Começou um pouco seca e algo pretencioso, só com os dois meninos a tocar viola. Depois chamaram os amigos ao palco para tocar também... e depois chamaram toda a gente.







Kings of Convenience + Feist (live)
"The Build-Up" (mp3)
"Know How" (mp3)

The more you ignore me, the closer I get

Coincidência ou não, depois do meu último post fui ver "Is It Really So Strange?", em exibição no Indie, pensando tratar-se de um documentário sobre Morrissey e The Smiths. Mas afinal era sobre os fãs, particularmente os que vivem na zona de Los Angeles, onde grande parte dos quais são de origem sul-americana. Ao início fiquei desapontado mas depois foi interessante ver como as palavras de alguém podem preencher tanto as vidas de pessoas que se sentem desencaixadas do mundo que as rodeia e como isso as reconforta. “he always sounds sad and depressed and lonely…all the good stuff.”. Passa ainda pela adoração (os cortes de cabelo, as bandas de covers, as tatuagens, etc. etc. O próprio realizador faz uma poupa de forma a ser aceite na comunidade), pelo poder da negação (quando confrontados com suposta assexualidade de Morrisey e como ele a usa, ou ainda sobre questões raciais), até à desilusão (um fã, que trabalhava numa loja de discos, vê a imagem do seu ídolo desmoronar-se quando Morrissey, antes de sair da loja e saltar para o seu BMW descapotável, percorre a prateleira dos seus própios discos). A realidade dos emigrantes sul-americanos nos Estados Unidos não é certamente comparavel à nossa, mas muitas angústias e ansiedades são paralelas.

Bad is good for you

Já há algum tempo que ando para ouvir uma certa compilação de The Smiths. Foi banda que sempre me passou ao lado e nunca compreendi muito bem a cena de letras depre com musiquinha está tudo bem na vida e só me apetece pular como uma borboleta num campo de lírios de tão contente que estou. Ora hoje até calhou bem porque o dia foi um merda. Não deu tempo ainda para ouvir tudo mas deu para entrar na onda. Algumas letras são realmente estou depre e sofro bué mas também têm bastante humor e subtileza.
E queremos é ouvir quando se está bem mal. Acompanha-nos até lá baixo, catalisa a erupção das emoções e redime-nos para um novo dia. Bad is good for you.

Posto isto pergunto: será que estes gajos, que fazem estas canções, não lhes pesa um pouco a consciência? Passo a explicar. Um gajo está em baixo, faz uma musiquita e já se sente melhor. Outros há que ouvem a dita canção e ficam reconfortados ao identificarem-se com alguém na mesma situação, ou ao perceberem que afinal há quem esteja pior. Então e aqueles que também estão mal, mas ao serem confrontados com o facto de alguém ter utilizado isso de forma tão constructiva e creativa, quando eles próprios nem sequer conseguem exprimir em simples palavras o que estão a sentir, sentem-se uns perfeitos inúteis e decidem dar um tiro nos cornos? Pois é... Aposto que já houve muita canção de Smiths a servir de marcha fúnebre.

Sempre tiveram foi uma capas bem giras.

The Smiths - "There Is a Light That Never Goes Out" (mp3)

of.balance

Festival Indie Lisboa 2006 | 20 a 30 de Abril

É já na quinta que começa. Há muito e bom filme para ir ver. O filme "of.balance" vai estar em exibição na sessão Laboratório 2, no dia 21 Abril, 22h00, King 2 e 28 Abril, 23h30, Londres 2.

www.indielisboa.com

Bette Davis Eyes

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Próxima paragem...

The Big Turn-Off

O.K. Computador desta semana na Radar: 5 músicas com os maiores turn-offs de sempre. Em número 5, o mau-hálito, e Shane MacGowan como seu representante. E para vocês? O que é que vos leva dizer logo "No way Jose!"? Vá, é para todos comentarem, mesmo aqueles que julgam que eu não sei que leêm o blog. Diz que ser chato e implicativo é big, falo por experiência própria, e que mais? Ladys and Germs, start your keyboards.

What's wrong in this picture?

Fim do dia e autocarro vazio, só pode ser dia de bola. Barcelona vs. Benfica. Para quem ainda não sabe, o Benfica perdeu.

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